Ex Machina chega ao fim nos EUA

A aclamada série Ex Machina chegou ao fim nos EUA em sua edução de número 50.
Para quem não conhece, a série é um misto de super-heróis com política dentro do Univero Wildstorm. Mitchell Hundred foi eleito prefeito de Nova York e governou a cidade por 4 anos, mas durante este período ele sofreu uma "radiação" causada por uma explosão que lhe conferiu os poderes de falar com as máquinas. Dividindo o tempo entre ser prefeito da Grande Maçã e ser um super-heróis dos tempos modernos, Mitchell tem de lidar com temas polêmicos como casamento gay, legalização da maconha e diversos assuntos com os quais o prefeito de qualquer cidade grande tem de tratar.

Eu coleciono a série. Confesso que me surpreendi com a temática. Brian K. Vaughan e Tony Harris, respectivamente roteirista e ilustrador, iniciam a série com um tema que seria piegas se não fosse a forma com que os autores tratam do assunto numa cidade grande: o casamento gay. A série continua e os problemas também, mas aos poucos a qualidade de roteiro cai.

No Brasil a série começou a ser publicada pela Panini, com o encadernado Estado de Emergência. Com o tempo a editora Pixel assumiu a série e publicou a mini-série Símbolo. Com a perda dos direitos, os mesmos voltaram à editora italiana, que já publicou dois encadernados: Fato Vs. Ficção e Marcha para a Guerra.

Bom, vamos torcer para que esta série chegue ao fim também no Brasil.

Conrad dá continuidade aos lançamentos de Crumb no Brasil

A Editora Conrad, depois de passar por uma fase ruim, parar praticamente todas as publicações até ser vendida para IBEP - Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas, retomou as atividades e neste segundo semestre parece que vem com tudo.

Tanto que anunciou que está renegociando a continuidade de várias publicações que foram interrompidas quando dos problemas acima citados. Dentre as publicações paradas estão Blade - A Lâmina do Imortal, Vagabond, Sanctuary, Chonchu, Monster, dentre outras.

Alguns lançamentos deste ano chamaram a atenção, mas nenhum deles tanto quando Meus Problemas com as Mulheres, do americano Robert Crumb. O quadrinista foi um dos convidados da Festa Literária Internacional de Paraty, e sua passagem pela feira foi um tanto controversa, mas um sucesso! Famoso por não ter papas na língua, ser um crítico ferrenho do capitalismo e do famoso american way of life, Crumb disse que odeia super-heróis, fugiu de tardes de autógrafos etc., mas nada disso ofuscou sua passagem pelo evento.

A Conrad Editora, aproveitando sua estadia pela nossa terra brasilis, resolveu dar continuidade ao seu catálogo Crumb, que não é nada pequeno - América, Blues, Minha Vida, Genesis, dentre outros - e lançou o álbum Meus Problemas com as Mulheres. Meio auto-biográfico, meio auto-crítico, Crumb não esconde seus desejos bizarros por um tipo específico de mulheres, seus fetiches obscuros e sua mistura de adoração e desprezo pelo sexo oposto. O quadrinista conta quando era um fracasso com as mulheres até que, inspirado pelo LSD, começou a escrever a revista de contra cultura Zap Comix e da noite para o dia tornou-se um ícone, até mesmo para as mulheres. E foi com esta coragem química que ele não mais escondeu seus desejos, suas fantasias e seus fetiches, e hoje, a Conrad resolveu trazer para o Brasil esta obra polêmica, mas que, com certeza, agradará o mais conservador dos fãs da nona arte!

JBC lança quarto volume de Técnicas de Mangá

Editora JBC anuncia, depois de alguns anos, a continuação da série de 8 livros que ensinam as técnicas de mangá.

Cada um dos livros trata de um tipo específico de desenho: o primeiro volume é um curso para iniciantes, o segundo já é um curso avançado para os estudantes que já passaram pelo primeiro. O terceiro já aprofunda um pouco mais e adentra no nicho dos robôs gigantes ao estilo de Evangelion.

Com o quarto volume os alunos aprendem a criar seus próprios personagens. Poses, expressões faciais, proporções e todas as dicas para criar seus personagens e como inserí-los dentro da história, sabendo quais tipos de traços melhores se encaixam na história que você deseja criar.

Direto, claro, objetivo e repleto de exemplos ilustrativos, a série Técnicas de Mangá Volume 4: Criação de Personagens para Iniciante é um guia completo e indispensável para todos os aspirantes a mangaká. Tem preço de R$29.

HQM entra no "filão" dos mangás

A Editora HQM (do site hqmaniacs), já com um catálogo bem grande e respeitado (com títulos como Mortos Vivos, Leão Negro e títulos do mestre Neil Gaiman), resolveu arriscar no mercado de mangás e veio com três lançamentos de uma vez: Who Fighter e O Coração das Trevas, Vitral e O Príncipe do Best Seller (todos com lançamento simultâneo durante o Anime Friends 2010).
Who Fighter é um mangá volume único com três contos de guerra. Com um quê sobrenatural e até uma história inspirada no romance de Joseph Conrad, este volume vale a pena para quem curte histórias de guerra e suspense. Who Fighter e O Coração das Trevas tem 205 páginas e preço de R$14,90.
Já os outros dois lançamentos têm uma coincidência entre si: são totalmente brazucas! Isso mesmo, a HQM resolveu apostar no talentos dos brasileiros para investir em histórias no estilo japonês contadas por brasileiros.
Vitral trata do cotidiano de dois jovens que têm seus sonhos e aspirações e vão em busca deles na cidade de Mekata. A história se desenrola neste contexto até que eles têm uma visão e fazem de tudo para que ela não aconteça, até que eles percebem que estão amaldiçoados pelo Vitral. Este lançamento tem 64 páginas e preço de R$6,90.
Já em O Príncipe do Best Seller, a escola Princes School que escolher quem será o próximo best seller, ou seja, um escritor de sucesso e com vendagens muito altas. Mas eis que um dos alunos desaparece e Theodore e seu professor Paulo resolvem investigar seu sumiço. É a partir daí que esta história se torna o pano de fundo do livro que Theodore pretende transformar em best seller. O Príncipe do Best Seller tem 64 páginas e preço de R$6,90.
Achei ótima a entrada de mais uma editora no mercado. Mais títulos nas lojas, mais gente produzindo e, principalmente, mais concorrência. Agora, eu tenho uma pequena crítica: por que os lançamentos tupiniquins têm leitura de trás para frente?! São feitos por brasileiros, para brasileiros e para o mercado interno, então por que não fazer no sentido de leitura ocidental?!! Sinceramente não vejo motivo para isso, mesmo que os mangás (orientais) em sua maioria sejam de leitura no estilo oriental, é fugir das nossas raízes e ignorar quem somos.
Enfim, fica aqui a crítica e meus votos de que a HQM continue fazendo bonito no mercado brasileiro!

Hellblazer: Highwater - Pecados do Passado pela Panini

Não é de hoje que todo mundo sabe sobre a "maldição" da Vertigo no Brasil. Digo "maldição" pois foram incontáveis os arcos não terminados, incontáveis as revistas canceladas, incontáveis as revistas que saíram em p/b, mas originalmente elas são coloridas. E pra finalizar incontáveis as editoras que fecharam as portas ou mudaram de nome para evitar maiores prejuízos.
Mas eis que a Panini Comics, uma multinacional de renome, resolve investir nos quadrinhos no Brasil (na Europa grande parte das publicações de Marvel e DC são pela Panini).
Aos poucos a editora tem boa aceitação no mercado, e depois da Marvel, começa a publicar também a DC, e aos poucos seu catálogo só aumenta, dezenas de mangás, dezenas de histórias da Top Cow, Image e Virgin Comics. Mas faltava o selo de HQs adultas mais conhecido no mundo: a Vertigo!
Então, após a finada tentativa da Pixel (muito mal sucedida por sinal) em tentar colocar quadrinhos da Vertigo/Wildstorm no mercado, a gigante italiana anuncia que detém também os direitos da Vertigo no Brasil.
E aos poucos títulos que foram eternamente marcados por não terminarem no Brasil dão sinal de que finalmente vão chegar ao fim, Preacher, Transmetropolitan, o recente Frequência Global e muitos outros. Mas não podemos deixar de falar do nosso querido mago John Constantine. Entre indas e vindas, histórias não acabadas, a Panini resolveu colocá-lo na revista mensal Vertigo e publicar encadernados com arcos fechados, como Congelado e o mais recente Highwater, onde o escritor BRIAN AZZARELLO (Batman: Cidade Castigada, Coringa, 100 Balas) assina os roteiros ao lado de MARCELO FRUSIN (Loveless – Terra Sem Lei) e GIUSEPPE CAMUNCOLI (Monstro do Pântano), neste encadernado de 148 páginas. Esta edição reúne o arco Highwater e as histórias Uma Nova Camada de Tinta Vermelha e Caçando Demônios.
Vida longa a Constantine e todos deste fantástico universo de vertigem nos quadrinhos!